quarta-feira, 20 de abril de 2011

O importante é ter classe



Essa foi a primeira história que eu quis contar aqui, mas tive que pedir permissão à minha amiga, protagonista do fato, antes de escrever sobre ele...

Quando as filhas pequeninas de minha amiga fizeram aniversário, ela resolveu organizar uma festa para comemorar, isso aconteceu em marco de 2010. Minha amiga, uma das babás dela, a irma e eu, fomos ao Bairro de Campinas para comprar: balinhas, pirulitos, enfeites e afins para a festa. O bairro é bastante movimentado, então resolvemos ir bem cedo para estacionar o carro com facilidade. Detalhe: o carro da minha amiga era novíssimo e lindo!!!... Ela havia retirado-o da loja há apenas três dias, então estava mais do que cuidadosa com o automóvel.

Chegamos e nos separamos por entre as lojas, a minha amiga e sua baba se dirigiram a uma loja de doces e a irmã dela e eu fomos a um atacadista de material escolar porque a irmã precisava comprar algumas caixas de lápis de cor. Na atacadista, o rapaz que nos atendeu passou o preco errado pra irmã da minha amiga e depois quando ela já estava na fila do caixa pra pagar ele tomou o produto das maos dela e não queria deixar ela levar o produto pelo preço que ele havia passsado. Foi muito estressante presenciar aquele fato óbvio de desrespeito ao consumidor. Azar o dele que ela era advogada.

A irmã da minha amiga ficou deveras constrangida e disse que queria levar a caixa pelo preço que eles haviam passado. Briga daqui, briga dali e enfim, depois de ameaças de chamar o PROCON, o gerente da loja cedeu e deixou que ela levasse o produto pelo preço que haviam combinado antes. Quando saimos da loja, encontramos com a minha amiga que ouviu a nossa história e falou: "Eu não acredito que vocês criaram caso por causa de umas caixas de lápis de cor... Vocês tem que ter mais classe!... Eu não teria feito isso, eu sou uma mulher fina...".

Compramos o que faltava e nos dirigimos ao carro pra irmos embora. Quando nos aproximamos, a minha amiga notou que o carro tinha um pedaço de papelao a tapar o parabrisas. Ela já foi se irritando pois sabia que tinha um flanelinha nos esperando e comentou comigo que papelão arranha o parabrisas porque sempre esta sujo de areia e poeira. Quando ela se aproximou, o flanelinha já veio "cobrar o estacionamento" e ela disse que não ia pagar pois ele nem estava la quando ela estacionou. Entramos no carro e minha amiga notou que o flanelinha estava muito próximo. Quando ela fez a manobra pra sair da vaga e entrar na pista ele pegou um pequeno parafuso e arranhou a lateral do carro dela!

Caro leitor...  Você não faz ideia do que se sucedeu após isso... A minha amiga (que se dizia fina e classuda) abriu a porta e saiu do carro, deixando a chave na ignição e metade do carro na pista e metade na vaga de estacionamento e começou a dar sopapos no flanelinha. Ele já a ficar com medo dela, começou a correr (detalhe: ele tinha mais ou menos 1,80 m de altura e ela apenas 1,60 m de altura). E la se foram eles pelas ruas de Campinas, ele correndo pra não apanhar, e ela, completamente enlouquecida, a correr atrás dele na tentativa de alcancá-lo.

A babá da minha amiga e a irmã correram atrás para tentar segurá-la e todas elas deixaram as bolsas dentro do carro com o carro totalmente aberto. Então eu tive que ficar pra trás pra voltar o carro para a vaga e trancá-lo para que ninguém levasse o carro ou as bolsas que estavam no interior do automóvel. Eles correram por mais ou menos uns 200 metros e havia uma viatura da polícia militar. O rapaz na tentativa de não apanhar mais do que já havia apanhado, gritou por socorro e logo veio um policial tentando impedir que ele (o flanelinha) apanhasse ainda mais.

O policial ficou entre a minha amiga e o flanelinha já gritando por ordem. Achas que ela se importou?... A minha amiga (que se dizia fina e classuda) estava completamente possessa e foi batendo no flanelinha com policial na frente e tudo... O policial entao ficou super nervoso e gritou mais forte, aí sim, os sopapos foram cessados. Eles perguntaram o que tinha acontecido e cada um deles deu sua versão... Obviamente o mala do flanelinha dizendo que não sabia do que ela estava a falar, que era um cidadão honrado e estava ali ganhando seu sustento.

O policial então chamou outra viatura pra levar a minha amiga e o flanelinha pra delegacia pra prestar depoimento. Eu tive que dirigir o carro dela e levar o restante das pessoas (a irmã dela e a babá) para prestarem depoimento também.

Chegando na delegacia, todo mundo começou a contar as versões e de repente passou um policial civil e olhou pra o flanelinha e disse: 'Você aqui de novo?!?!...". Nessa hora eu comecei a rir pois o rapaz ja era velho conhecido das autoridades...De repente aconteceu uma coisa que não posso deixar de narrar... O flanelinha começou a olhar fixamente para minha amiga com aspecto ameacador dizendo: "cuidado pra não encontrar comigo na rua"... Então ela virou pra ele e disse: "Reze para não encontrar comigo novamente"... Se o flanelinha soubesse com quem ele estava a falar... saberia que teria sido muito, mas muito mais seguro, ficar calado.

Enfim, caro leitor, podemos tirar dai uma lição preciosa: nem sempre quem diz ser fino e classudo consegue manter a postura diante de certos fatos alheios a vontade. No fim a minha amiga pagou o conserto da porta porque esperar que o flanelinha o fizesse ia ser muita ilusão, pois o cara era um "zé ninguém". O flanelinha perdeu um dia de servico e com certeza ficou com o "filme queimado" na região em que trabalha. E ambos acordaram no outro dia sem poder dizer: "Hoje eu estou mas rico que ontem!".

2 comentários:

  1. Esse dia foi hilário Bia. He he he...Adorei a forma como transcreveu a história. Extremamente fiel ao ocorrido. Beijos, Juliana

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  2. eu faria a mesma coisa...ta pensando o que flanelinhas desaforados, sou o terror de vcs.
    rsrsrsrs

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