quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um dia de fúria - Parte II



Caro leitor, já começo a dizer que se você não leu UM DIA DE FURIA (Texto escrito em 18 de abril de 2011) não vai entender nada do que será dito aqui agora. Então leia o texto antes de iniciar este aqui. Bom, tive que escrever este texto devido ao meu amigo em questão (o protagonista de UM DIA DE FÚRIA) ter lido a postagem e ter EXIGIDO que eu fizesse algumas ressalvas.

O meu amigo está aqui ao meu lado enquanto digito para ter certeza de que nenhum fato será omitido. Eu sempre gosto de perguntar todos os detalhes e pedir permissão aos meus amigos para narrar as histórias, mas, como não consegui falar com ele e meu prazo estava a se acabar, eu tive que decidir se publicava ou não a história, então eu resolvi escrever com os fatos que me lembrava. Creio ter sido um erro, pois detalhes importantíssimos foram equivocadamente escritos como os que eu vou descrever a seguir...

No primeiro texto eu havia dito que o "ocorrido" teria acontecido por causa de pouco mais de R$1,00 (um real), mas na verdade, segundo ele, foi por causa de R$0,25 (vinte e cinco centavos). Ele também alega que na verdade sentou-se no primeiro banco e durante toda a viagem tentou dialogar com ela para que ela devolvesse o troco ou devolvesse o dinheiro que ele desceria no próximo ponto, sem chegar no destino final pois, ele alega ser um homem cheio de diplomacia (percebe-se!... rs...).

Segundo ele, a cobradora deu a entender que todas as justificativas dele eram em vão pois, ele poderia até chamar a policia que não daria em nada, pois justiça não existia ali. A cobradora ficou a viagem inteira olhando para ele com "cara de cinismo sarcástico demoníaco" (palavras dele) e o motorista todo alegre escutando tudo mas, se abstendo de se intrometer na história pois falava que a responsabilidade era da cobradora então que o meu amigo resolvesse com ela.

Como meu amigo verificou que o diálogo não seria uma das alternativas viáveis começou a maquinar um plano maquiavélico, pois o seu instinto árabe (palavras dele) foi aflorado. Como não haviam explosivos em seu corpo para detonar tudo, lembrou que Alá lhe abençoou com o dom da mão, onde (segundo ele) deferiu-lhe um “alá um soco na cara”.

Ele começou a correr e atravessou a rua e o pessoal começou a correr atrás dele para “amaciar-lhe a carne”, quando ele encontrou um amigo que tinha uma banca de cadernos, onde ele o girou rapidamente para usar-lhe como escudo humano. O motorista da Vam resolveu tomar as dores da cobradora desonesta e começou a fazer o maior “barraco” na porta da banca de cadernos e o meu amigo disse: “agora você toma as dores dela, mas quando ela estava a me roubar, você não pronunciou palavra alguma e sim, apenas riu da minha situação”.

O pessoal da Vam ficou com medo pois os donos de bancas vizinhos ao amigo do meu amigo defenderam ele e como o pessoal da Vam estava em menor numero, foram embora. O meu amigo, ao ver que estava seguro, voltou para sua casa, porém não agüentou ficar muito tempo por lá, pois queria “contar uma vantagem” da sua aventura para o pessoal da banca de cadernos. Não demorou, o motorista da Vam voltou com a sua “gangue” de motoristas de Vans e queriam linchar o meu amigo.

Por sorte, outro pessoal que estava a montar as bancas ao lado viram que o meu amigo estava a ser ameaçado de morte e sacaram alguns canos de metal que usavam para montar as estruturas. Alguém, não se sabe quem, chamou a policia que, antes da briga ficar mais acesa, levou todo mundo “em cana”. O pessoal da Vam foi algemado e o meu amigo não, pois esse alegou com muita esperteza que estava em diligência para o Fórum em uma audiência (ele estagiava em um escritório de advocacia) .

Caro leitor, você pode estar a pensar que o meu amigo era estagiário de Direito, porém engana-se pois ele era estagiário em Publicidade e Propaganda, contudo, disse que era em Direito para impressionar as autoridades. Isso sim é saber usar a publicidade a seu favor.

O meu amigo ligou rapidamente para o seu chefe a narrar-lhe o fato (o roubo em questão), porém não lhe disse que era a fantástica quantia de R$0,25 (vinte e cinco centavos). O chefe dele estava de viagem marcada para Brasília e ia pegar um vôo em, no máximo, uma hora. O advogado sem acreditar no que lhe era contado dirigiu-se a delegacia onde reencontrou o delegado que era seu grande amigo (para a sorte do esquentadinho).

Na delegacia, o pessoal da Vam resolveu fazer uma manifestação e logo, o delegado colocou ordem na situação ameaçando prender quem promovesse a desordem. Então ficaram apenas os envolvidos diretamente. Pela ação do delegado, o pessoal da Vam começou a achar (pois eram leigos) que o meu amigo era “peixe grande” na sociedade goianiense.

Conclusão: acabou não dando em nada pois segundo o meu amigo “Alá proveu”, mas ele precisou andar dois meses a pé ou de “busão” pois ele estava na “lista negra” dos motoristas de Vans. Para a sorte dele, e como ele mesmo sempre diz “Alá proveu”, cinco meses depois as Vans foram retiradas de circulação e ele pode andar tranquilamente em Goiânia e alguns amigos que sabiam do ocorrido, começaram a achar que ele havia “mexido os pauzinhos”e retirado as Vans de circulação por meio da sua “Network invejável”.

Não posso deixar de contar a respeito do namorado da irmã dele que no mesmo dia pegou uma Vam e ouviu duas senhoras a comentar que um "maluco psicopata de óculos" tinha esmurrado uma “pobre cobradora” e logo pensou: “isso é coisa do fulano” e ligou pra namorada a confirmar o fato com a irmã do meu amigo, tendo assim a certeza de que ele era o “maluco psicopata” que as velhotas estavam a falar. Enquanto alguns o achavam um verdadeiro delinqüente, outros já o chamavam de herói pois muitas pessoas tinham completa aversão às Vans e ao pessoal que delas cuidava.

Caro leitor, como você pôde ver, alguns saíram perdendo e outros ganhando, mas a pessoa que mais se lembrará deste fato ao longo de sua vida será o advogado chefe do meu amigo que, quando descobriu que tinha adiado um vôo para o outro dia e quase perdido uma negociação de R$180.000,00 (Cento e oitenta mil reais) por causa de R$0,25 (vinte e cinco centavos), com certeza no outro dia ao acordar não pôde dizer: “Hoje eu estou mais rico que ontem!”.

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