quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um dia no trabalho de Rita



Amigos, sei que andei sumida, porém o motivo foi realmente inevitável... Agradeço os e-mails que recebi perguntando se eu havia falecido (foi hilário). Informo, com muito carinho, que fiquei deveras comovida comovida com a preocupação dirigida ao meu sumiço (creio que por pouco alguém coloca um aviso televisivo de "procura-se" referente a minha pessoa)... Mas vamos ao que interessa, ou seja, mais uma história para guardarem em suas memórias e quem sabe um dia contarem aos seus netos...

Ontem, ao falar com uma amiga, ela me narrou alguns fatos não muito agradáveis que me fizeram recordar o quanto trabalhar na prefeitura se tornou "adrenalinático" (se é que essa palavra existe... kkk...)...

Minha amiga (que chamarei de Rita), como de costume, acordou naquele dia, pegou o seu carro e foi para o trabalho (no caso a prefeitura). Atravessou a cidade (como todo mundo que trabalha na prefeitura tem que fazer) chegou ao estacionamento do prédio em questão, estacionou o seu carro calmamente e dirigiu-se ao bloco em que trabalhava.

Rita, por achar mais fácil, pois trabalha no primeiro andar, subiu pelas escadas para poupar-se tempo. Mal terminou de subir as escadas e adentrar a sua sala ouviu disparos de uma arma de fogo nas imediações... Repentinamente apareceu um outro funcionário público amigo dela a correr e a gritar: "Corram!!!... É bala!!!... É tiro!!!... Nós vamos morrer!!!...".

Ela, obviamente assustada e com um "puta medo de morrer" (palavras dela) correu para o banheiro feminino a esconder-se. Só que no momento da corrida haviam mais 4 homens na sala dela e também o funcionário que estava a gritar que correram juntamente com Rita para o referido banheiro.

Ela não pode deixar de salientar que os 5 homens que a acompanhavam eram afamadamente muito corajosos, mas no "rajar" das balas, não se sabe o por quê, se absteram de toda a macheza que da fama se gabavam.

Quando todo mundo entrou, trancaram a porta e cada um se escondeu nas sanitas individuais que se separavam com uma frágil porta selada apenas por uma "tramela" (há tempos não ouvia esta palavra que só ouço quando tenho contato com algumas seletas pessoas do interior do estado). Essa mesma "tramela" que se tornou então responsável por salvaguardar estas 6 pessoas com um "puta medo de morrer" do atirador destemido daquele momento.

Esperaram ali durante umas 2 horas, até que ouviram uma voz a dizer que estava tudo bem. Saíram então do banheiro feminino, Rita e os 5 homens (que estavam a "se cagarem") e souberam o motivo do tiroteio...

Alguns ladroes roubaram uma camionete (já disse em outro poste que estão corretas as duas formas: camionete e camioneta) e com medo dela estar com um dispositivo que indicava ao dono o exato local onde se encontrava, deixaram-na no estacionamento da prefeitura para verem se ela tinha o dispositivo ou não.

Como alguns dias depois eles (os ladrões) retornaram ao local e viram que o automóvel ainda se encontrava lá, decidiram levá-lo então certamente para o "desmanche". Para azar dos ladrões, a policia (bem mais esperta que eles) já supondo o procedimento que eles (os ladrões) seguiriam já ficaram "de butuca" (campana) nas imediações para pegá-los com a "boca na botija".

Quando os ladrões entraram no automóvel para levá-lo a policia apareceu e começou a persegui-los com as viaturas. Acionaram o dispositivo que cortava a ida de gasolina para o motor da camionete e como o veículo parou, os ladrões saíram do automóvel e fugiram à pé para um dos blocos da prefeitura (no caso o que Rita trabalhava), os ladrões começaram a atirar prontamente respondidos  pela polícia devidamente apoiada pela guarda municipal.

Resumindo... Os bandidos se entregaram e tudo acabou bem... a não ser pelas calças borradas do homens "machíssimos" que estava com a Rita no banheiro feminino...

Caros leitores, a história não acabou... Esse ocorrido, como podes ver, sucedeu-se na manhã daquele dia, porém na tarde ocorreria outro.

Após o intervalo do almoço, Rita estava a caminhar pelo corredor e foi surpreendida por uma briga entre os pedreiros que estavam a descansar antes de começar a labuta no turno da tarde... Um dos Pedreiro (que vou chamar de Pedro)  conhecido por seu tamanho e força (1,90 m só de músculos! Sem "banha" como alguns que conheço!...) estava a querer dar uns "supapos" em outro pedreiro seu amigo (que vou chamar de Leonir) pois ele estava a dizer-lhe desaforos e o Pedro não gostou nenhum pouco do ocorrido.

A questão é que Pedro havia comido a marmita do Leonir, pois este pensou que ela havia sobrado por lá. Leonir havia chegado atrasado e por isso todos pensaram que a marmita dele era sobra. O Pedro então botou a "quentinha" pra dentro e ficou "tranquilão".

Quando Leonir chegou e viu a marmita havia sumido foi ter com o responsável para pedir-lhe satisfações e o mesmo informou que o pedro havia "traçado" a "quentinha".

Leonir, obviamente "puto da vida" começou a denegrir a pessoa de Pedro em alto e bom som. Pedro, ao passar pelo local, foi informado que estava a ser difamado pelo colega e logo pegou uma chave de fenda e partiu pra cima de Leonir a dizer: "Cabra safado!!!... Vou te enfiar essa chave de fenda nos fundilhos!!!...".

Voltando ao momento que Rita passava pelo corredor e ouvia os gritos, foi então surpreendida pelos pedreiros a brigar e o Leonir (covardão borra-botas que era) usou-a como escudo humano para que Pedro não lhe metesse a chave de fenda no meio daquele lugarzinho que como a Rita diz "nunca pega sol"...

Rita, já carregada com o estresse do fato ocorrido pela manhã (no caso o tiroteio) já começou a tentar dialogar com Pedro na tentativa de salvar-se de levar uns "tabefes" por "tabela" na hora em que Pedro resolvesse partir com a chave de fenda pra cima do Leonir...

Depois de muita conversa ela disse: "Pedro meu amigo, você é um homem sabido, inteligente, concursado (concursado foi a melhor na minha opinião). Não denigra a sua imagem por causa de gente inferior. Além do mais, você e todo mundo que trabalha aqui sabe que você pode acabar com a raça desse cagão do Leonir na hora que você quizer...".

Bem, pode-se concluir que o Pedro, ao ver as sábias palavras de Rita, acabou a ir-se embora trabalhar pois saiu dali com o ego inflado e se sentindo a "última bolacha do pacote". O Leonir, ao contrário, ficou "puto" com Rita por ela ter inferiorizado ele daquela forma, e "apelou" com ela e fez ate "beicinho"... Só faltou bater as mãos na bochecha e cantar "belém belém".

Rita, com a cara mais feia do mundo, ficou brava com o Leonir e disse que ele tinha era que agradecer porque ele não apanhou porque ela era uma mulher "sabida".

Caro leitor, creio que naquele dia ninguém saiu ganhando (inclusive o Leonir que não ganhou "tabefe" algum). Os ladrões foram presos, o Leonir ficou sem marmita, o Pedro quase fica sem a chave de fenda (no caso se ele tivesse sucesso na tentativa de enfiá-la nos "fundilhos" do Leonir), os "machos afamados" do bloco acabaram "borrados" e minha amiga Rita, além de passar um "puta medo de morrer" ainda gastou "dindim" pra comprar um analgésico para a "puta dor de cabeça" que ela arrumou naquele dia... Parece que ninguém no outro dia, ao acordar pôde dizer: "Hoje eu estou mais rico que ontem!...".

Um comentário:

  1. Tadinha da rita só tenho isso a delcarar, beijão Beatriz e some mais não :-)

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