sexta-feira, 1 de julho de 2011

A cachaça do Leozinho



Caros amigos, já sei que fiquei sem dar notícias ha muito tempo, mas tenho que confessar que foi por um bom motivo. Já adianto que não... não foi preguiça de digitar e sim um fato que estava alheio à minha vontade... Essa vida de contar loucuras alheias (e as vezes as próprias) realmente é dotada de muita adrenalina... rs...

Bom, chega de rodeios e vamos logo ao ponto... (deixemos os "entretanto" e vamos logo aos "finalmente")... Hoje contarei a historia de uma mulher rica que casou com um homem pobre igual a Jó e que aturava coisas demais pra não tomar uma atitude (além de pobre ainda era atrevido). A nossa história começa num bairro dos arredores de Goiânia, onde eu, quando era adolescente, frequentava assiduamente. 

Eu tinha uma amiga que morava num bairro afastado nos arredores de Goiânia. Na esquina de sua casa havia um barzinho muito mal frequentado e dentre esses frequentadores (mais conhecidos como bebuns) havia um em especial que chamava a atenção pois tinha uma camionete (ou camioneta... pesquisei os dois e parece que qualquer um que escrever estará certo) que era um veículo automotor espetacular.

Esse individuo (que chamarei de Leozinho) era marido de uma mulher "cheia da nota" (que chamarei de Lourdes) e o carro era presente da mulher pra ele. O carro em questão possuía um som "irado", realmente o que havia de mais moderno e mais caro no que se refere a som. Ele sempre ao chegar no bar não fazia cerimônia. Ligava o som na maior altura possível e ia beber muita cachaça com o resto dos frequentadores do referido estabelecimento.

Num domingo, quando eu estava na porta da casa de minha amiga a conversar, notamos que o senhor da referida camionete estava no bar a se embebedar com os amigos e o som do veículo automotor estava a mil. Ainda me lembro de dizer a minha amiga que ela ia ter problemas para dormir pois aquilo ali ia durar horas.

Quando já eram lá pelas 18 horas, notamos que um carro muito caro dá um "cavalo de pau" na esquina, canta os pneus e freia bruscamente na frente do bar: era a esposa do senhor da camionete. Ela desceu do carro e foi ate a mesa onde ele estava sentado e gritou: "Seu filho da puta cretino vagabundo!!!... Vai pra casa agora que eu não casei com você pra te buscar em bares de quinta completamente bêbado!!!..."...

O senhor em questão, sem nem se dar ao trabalho de olhar pra a mulher apenas disse: "Você esta muito nervosa... vai pra casa lavar alguns pratos e a minha roupa... trate de estar bem cheirosinha quando eu chegar porque quero dar uma... mas só vou depois de bêbado e trate de ficar bem mansinha pois você sabe que quem manda aqui sou eu..."...

A mulher ainda ficou a olhar para o marido durante mais de um minuto e ele continuou a beber com os companheiros e fazer misérias no carteado. Os bebuns que estavam com ele riam tanto da cara dela que chegaram a rir mais que o próprio marido. Naquela hora, se o Leozinho tivesse prestado um pouco mais de atenção, teria reparado que o final da história não seria o que ele havia planejado...

A Lourdes achegou-se um pouco mais da mesa onde estavam a jogar o carteado e virou-a em cima dos bebuns com cerveja, baralho e tudo... O Leozinho ficou "encapetado" e partiu pra cima da mulher pra dar-lhe um "tabefes" e ensinar-lhe a respeitar o marido (seu amo e senhor). Afinal, o que os amigos iam pensar dele de ver a mulher com esse tipo de comportamento?

Quando ele já levantava a mão para iniciar o "castigo merecido", Lourdes tira de sua bolsa Prada um "trinta e oitão" (revolver que pode fazer um "estragosinho básico") e começa a atirar pra todos os lados. O que se viu depois disso foi quase indescritível.

Era bêbado correndo pra todos os lados e a Lourdes atirando sem parar. Não ficou nenhum bêbado que fosse no referido estabelecimento. Ate o "barman" escafedeu-se dali. Foi realmente uma visão única. A Lourdes dotada de toda a maestria na condução da arma que seria o seu juri, juiz e carrasco.

Lourdes foi ate a camionete (que ela mesma havia comprado para o mala do marido) e desferiu alguns tiros no som acabando com a alegre música que estava a tocar. Voltou-se para onde estava Leozinho e não o encontrou pois o mesmo já havia corrido para o banheiro.

Foi até o seu carro e pegou uma garrafa de wisk (provavelmente muito cara) e levou ate o referido banheiro gritando: "Sai daí seu cagão filho da puta! Você gosta de beber e eu trouxe uma garrafa para você. Quero que beba tudo pois depois que casou comigo o seu gosto ficou refinado não é? Antes só bebia cerveja agora não sai do wisk...".

Já sei, caro leitor, já estas a pensar: "porque cargas d'água essa policia ainda não chegou ao local?"... Ora... Pelo simples fato de que a mulher era filha de gente importante e se ela quisesse dar uns "tirozinhos" no marido que o fizesse pois, como diz o ditado: "briga de marido e mulher ninguém mete a colher"... (pra azar do Leozinho).

Enfim, o mala saiu do banheiro "a se cagar todo" e a partir daí quem ficou "mansinho" foi ele. Como num passe de mágica o papo de "vai lavar a minha roupa" mudou para "meu amorzinho você esta muito alterada, vamos pra casa e eu te faço uma massagem para você relaxar".

A Lourdes começou a esfregar o "trinta e oitão" nas partes íntimas do Leozinho dizendo: "Leozinho... Leozinho... Não me encapetes!... Pois eu, pra te dar um corretivo, nao precisa de muito... Não tenho medo de ir pra cadeia pois voce sabe que tenho posses e não vou ficar lá muito tempo... Tenho os melhores advogados que o dinheiro pode pagar!!!..."...

O Leozinho entrou na camionete caríssima que ganhou de presente e foi-se embora pra casa com o "rabinho entre as pernas"... O melhor de tudo foram os bebuns que ao verem que a "irada Lourdes" já havia saído com o "cagão do Leozinho" voltaram para o bar e a festa continuou...

Bom, caríssimos amigos leitores, o final da história já é previsível: eles se separaram, pois o Leozinho ficou com medo de morrer e a Lourdes com medo de matar. Não me perguntem da Loudes pois dela não fiquei a saber nada depois disso, porém do Leozinho eu sempre o vejo há anos frequentando ainda o barzinho mal frequentado.

O Leozinho continua a beber, porém agora não bebe wisk e sim cerveja... Agora toda vez que vai ao bar não vai de camionete e sim de: fusca, fiat 147, brasília... É... parece que só o Leozinho acordou  no outro dia sem poder dizer: "Hoje eu estou mais rico que ontem!"...