quinta-feira, 28 de abril de 2011

O bêbado poliglota da calça "arriada"



Antes de comecar a hitória de hoje, queria agradecer as pessoas dos Estados Unidos, que leram o meu post de ontem e me mandaram alguns e-mails. Muita gente que mora lá agora, já morou aqui em Goiânia na Avenida Anhanguera, no Bairro Central, onde a historia aconteceu. E me disseram que já tinham ouvido essa história do "maluco psicopata de óculos"... O meu amigo é bem mais famoso do que ele imaginava...

Bom, a história de hoje é sobre um amigo meu que quando ficava "trêbado" (expressão para indicar que o cidadão está muito... mas muito mais que bêbado) sempre dava vexame e proporcionava vexame aos que com ele estivessem....

Eu tinha uns 17 anos na época e o meu primo e um dos meus amigos eram "viciados em tecnologia". Por conta disso eles acabaram fazendo amizade com um homem mais velho que era "viciado em gastar dinheiro em tecnologia". Essa amizade dos dois acabou me fazendo ficar amiga desse senhor também e eu passei a frequentar a casa dele junto com o meu primo e o meu amigo.

Este senhor nosso amigo adorava uma cerveja (sem mencionar outros fermentados e destilados) e por conta disso sempre se metia em confusão. O meu amigo amante da tecnologia sempre dizia que sabia quando  o "senhor" tinha chegado ao "ponto de saturação da bebura" quando ele começava a falar em outras línguas como por exemplo o inglês. Pior de tudo é que falava muitíssimo mal, pois não sabia "patavinas" do que estava a falar. O melhor de tudo é que ele usava frases como "the book is on the table" e afins...

Um dia em que o meu primo e o meu amigo sairam com este senhor, era um sábado e ele já havia "bebido todas" e estava "pra lá de Bagdá" de tanta cachaça. Eles iam a um desfile, se nao me engano algum tipo de "miss piscina" em que a namorada deste senhor era finalista. Ainda com eles, estava um funcionário deste senhor (uma espécie de pau mandado puxa-saco) que sempre o acompanhava.

Chegando ao local do desfile, o senhor em questão já chegou gritando logo na entrada chamando a atenção de quem por lá passasse. O meu amigo e meu primo logo começaram a perceber que a noite ia ser longa, porque o senhor em questão não parava de comprar cerveja (ficando ainda mais bêbado e falando mais ainda em outras línguas).

Eis que o desfile começou e não demorou muito para a namorada dele entrar de biquini. Realmente não saberia descrever o que deve ter se passado na cabeça do referido senhor para deixá-lo tão entusiasmado a ponto de num momento crucial do desfile ele resolver "abaixar as calças" literalmente.

O meu primo e o meu amigo que o acompanhavam se surpreenderam com a dimensão da "bebura" do referido senhor e um tanto envergonhados tentavam suspender a calça do senhor em questao. Eles suspendiam e o senhor abaixava, eles suspendiam e o senhor abaixava... e por ai foi...

Começou o espetáculo. O senhor totalmente bêbado, mal conseguindo se equilibrar nas próprias pernas gritando com a multidão (que escandalizada o olhava) em inglês ("the book is on the table!") e "arriando" as calças tentando mostrar a sua cueca de marca internacionalmente conhecida.

O pior de tido foi que o meu primo e o meu amigo, na tentativa de socorrer o restante de dignidade que ainda restava ao "respeitável senhor bêbado poliglota de calça arriada" (esqueci de dizer que o senhor em questão era figura da elite social da minha cidadezinha... Esse "ocorrido" aconteceu lá) acabaram por se tornar, juntamente com ele, o centro das atenções.

Foi aquela festa aos gritos ensurdecedores: "the book is on the table" pra cá... "the book is on the table" pra lá... "arria" e suspende a calça de cá... "arria" e suspende a calça de lá... até que o funcinário dele (pau mandado puxa saco do início da história) resolveu ajudar a segurar as hábeis mãos do "respeitável senhor bêbado poliglota de calça arriada"... Quando conseguiram segurar o referido senhor e "laçar o touro indomável" trataram de "escafeder-se" dali o mais rápido possível.

Bom, no outro dia (domingo), depois da noite do "espetáculo de horrores", o meu primo, o meu amigo e eu fomos a casa do senhor em questão para ver como ele havia se recuperado da noite... digamos... entusiástica. Chegamos lá, sentamos e até almoçamos na casa dele. A casa estava cheia de gente e a cachaça estava presente mais do que nunca.

Caro leitor, não vais acreditar no que narrarei agora! E não é que ele não estava nenhum pouco preocupado com o ocorrido?... O meu primo disse-me que como ele era rico, a cidade até poderia comentar, mas quem fica na boca do povo são os pobres, pois pobre é quem dá vexame; rico tem "apenas" um "momento de tensão". Uma coisa é certa: falando inglês ou não, arriando as calças ou nao, no outro dia de qualquer jeito ele iria acordar mesmo e dizer sem sombra de dúvida: "Hoje eu estou mais rico que ontem!".

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um dia de fúria - Parte II



Caro leitor, já começo a dizer que se você não leu UM DIA DE FURIA (Texto escrito em 18 de abril de 2011) não vai entender nada do que será dito aqui agora. Então leia o texto antes de iniciar este aqui. Bom, tive que escrever este texto devido ao meu amigo em questão (o protagonista de UM DIA DE FÚRIA) ter lido a postagem e ter EXIGIDO que eu fizesse algumas ressalvas.

O meu amigo está aqui ao meu lado enquanto digito para ter certeza de que nenhum fato será omitido. Eu sempre gosto de perguntar todos os detalhes e pedir permissão aos meus amigos para narrar as histórias, mas, como não consegui falar com ele e meu prazo estava a se acabar, eu tive que decidir se publicava ou não a história, então eu resolvi escrever com os fatos que me lembrava. Creio ter sido um erro, pois detalhes importantíssimos foram equivocadamente escritos como os que eu vou descrever a seguir...

No primeiro texto eu havia dito que o "ocorrido" teria acontecido por causa de pouco mais de R$1,00 (um real), mas na verdade, segundo ele, foi por causa de R$0,25 (vinte e cinco centavos). Ele também alega que na verdade sentou-se no primeiro banco e durante toda a viagem tentou dialogar com ela para que ela devolvesse o troco ou devolvesse o dinheiro que ele desceria no próximo ponto, sem chegar no destino final pois, ele alega ser um homem cheio de diplomacia (percebe-se!... rs...).

Segundo ele, a cobradora deu a entender que todas as justificativas dele eram em vão pois, ele poderia até chamar a policia que não daria em nada, pois justiça não existia ali. A cobradora ficou a viagem inteira olhando para ele com "cara de cinismo sarcástico demoníaco" (palavras dele) e o motorista todo alegre escutando tudo mas, se abstendo de se intrometer na história pois falava que a responsabilidade era da cobradora então que o meu amigo resolvesse com ela.

Como meu amigo verificou que o diálogo não seria uma das alternativas viáveis começou a maquinar um plano maquiavélico, pois o seu instinto árabe (palavras dele) foi aflorado. Como não haviam explosivos em seu corpo para detonar tudo, lembrou que Alá lhe abençoou com o dom da mão, onde (segundo ele) deferiu-lhe um “alá um soco na cara”.

Ele começou a correr e atravessou a rua e o pessoal começou a correr atrás dele para “amaciar-lhe a carne”, quando ele encontrou um amigo que tinha uma banca de cadernos, onde ele o girou rapidamente para usar-lhe como escudo humano. O motorista da Vam resolveu tomar as dores da cobradora desonesta e começou a fazer o maior “barraco” na porta da banca de cadernos e o meu amigo disse: “agora você toma as dores dela, mas quando ela estava a me roubar, você não pronunciou palavra alguma e sim, apenas riu da minha situação”.

O pessoal da Vam ficou com medo pois os donos de bancas vizinhos ao amigo do meu amigo defenderam ele e como o pessoal da Vam estava em menor numero, foram embora. O meu amigo, ao ver que estava seguro, voltou para sua casa, porém não agüentou ficar muito tempo por lá, pois queria “contar uma vantagem” da sua aventura para o pessoal da banca de cadernos. Não demorou, o motorista da Vam voltou com a sua “gangue” de motoristas de Vans e queriam linchar o meu amigo.

Por sorte, outro pessoal que estava a montar as bancas ao lado viram que o meu amigo estava a ser ameaçado de morte e sacaram alguns canos de metal que usavam para montar as estruturas. Alguém, não se sabe quem, chamou a policia que, antes da briga ficar mais acesa, levou todo mundo “em cana”. O pessoal da Vam foi algemado e o meu amigo não, pois esse alegou com muita esperteza que estava em diligência para o Fórum em uma audiência (ele estagiava em um escritório de advocacia) .

Caro leitor, você pode estar a pensar que o meu amigo era estagiário de Direito, porém engana-se pois ele era estagiário em Publicidade e Propaganda, contudo, disse que era em Direito para impressionar as autoridades. Isso sim é saber usar a publicidade a seu favor.

O meu amigo ligou rapidamente para o seu chefe a narrar-lhe o fato (o roubo em questão), porém não lhe disse que era a fantástica quantia de R$0,25 (vinte e cinco centavos). O chefe dele estava de viagem marcada para Brasília e ia pegar um vôo em, no máximo, uma hora. O advogado sem acreditar no que lhe era contado dirigiu-se a delegacia onde reencontrou o delegado que era seu grande amigo (para a sorte do esquentadinho).

Na delegacia, o pessoal da Vam resolveu fazer uma manifestação e logo, o delegado colocou ordem na situação ameaçando prender quem promovesse a desordem. Então ficaram apenas os envolvidos diretamente. Pela ação do delegado, o pessoal da Vam começou a achar (pois eram leigos) que o meu amigo era “peixe grande” na sociedade goianiense.

Conclusão: acabou não dando em nada pois segundo o meu amigo “Alá proveu”, mas ele precisou andar dois meses a pé ou de “busão” pois ele estava na “lista negra” dos motoristas de Vans. Para a sorte dele, e como ele mesmo sempre diz “Alá proveu”, cinco meses depois as Vans foram retiradas de circulação e ele pode andar tranquilamente em Goiânia e alguns amigos que sabiam do ocorrido, começaram a achar que ele havia “mexido os pauzinhos”e retirado as Vans de circulação por meio da sua “Network invejável”.

Não posso deixar de contar a respeito do namorado da irmã dele que no mesmo dia pegou uma Vam e ouviu duas senhoras a comentar que um "maluco psicopata de óculos" tinha esmurrado uma “pobre cobradora” e logo pensou: “isso é coisa do fulano” e ligou pra namorada a confirmar o fato com a irmã do meu amigo, tendo assim a certeza de que ele era o “maluco psicopata” que as velhotas estavam a falar. Enquanto alguns o achavam um verdadeiro delinqüente, outros já o chamavam de herói pois muitas pessoas tinham completa aversão às Vans e ao pessoal que delas cuidava.

Caro leitor, como você pôde ver, alguns saíram perdendo e outros ganhando, mas a pessoa que mais se lembrará deste fato ao longo de sua vida será o advogado chefe do meu amigo que, quando descobriu que tinha adiado um vôo para o outro dia e quase perdido uma negociação de R$180.000,00 (Cento e oitenta mil reais) por causa de R$0,25 (vinte e cinco centavos), com certeza no outro dia ao acordar não pôde dizer: “Hoje eu estou mais rico que ontem!”.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A fantasia de Beatriz Iolanda



Muita gente me perguntou porque eu nao postei neste fim de semana, mas aqui no Brasil o feriado comecou na quinta-feira e so terminou no domingo de Pascoa, entao eu viajei e resolvi descansar porque eu tambem sou feita de carne e osso... Bem... hoje eu escolhi a dedo uma historia em que EU sou a protagonista e que muita gente insiste em nao me deixar esquecer...

No carnaval de 2002 eu passei por uma experiencia no minimo constrangedora. Existia na minha cidadezinha (creio que existe ate hoje) o Ze Pereira (desfile ao qual as pessoas se fantasiam e descem pela rua principal numa especie de desfile para "abrir" oficialmente o carnaval ate um espaco reservado pela prefeitura para a realizacao do mesmo (no caso, o espaco onde e feita a Feira Municipal de domingo).

Minha irma cacula (exatamente 10 anos mais nova que eu) , na epoca virou um "pinheu" de tanta insistencia com a minha mae porque queria descer no Ze Pereira vestida de homem. Como ela na epoca era adolescente, minha mae logo comentou com minha irma do meio e eu: "Alguem tem que acompanhar a Barbara nesse desfile pois ela e muito jovem e sabe-se la o tipo de gente que ela vai encontrar pelo caminho"... como a minha irma do meio "vazou fora"  assim que minha mae terminou a sua fala, pode-se concluir que o trabalho sobrou para mim.

Sinceramente fiquei com vergonha de descer junto com a minha irma cacula no meio daquela bagunca toda e tive uma ideia pouco ortodoxa para resolver a questao. Coloquei uma fantasia de bruxa que eu tinha guardada de uma festa do dia das bruxas do ano anterior e uns oculos escuros pra ninguem me reconhecer. Eu ia morrer de vergonha se alguem sonhasse que eu tava descendo no Ze Pereira. Tenho ate fotos, mas preferi nao divulgar (para nao ser usado contra mim futuramente... rs...) Na hora de irmos ao desfile a minha irma chegou na porta do quarto e disse: "Nossa... que fantasia bonita! Vamos embora que ja esta na hora!"...

Chegando ao defile, notei que o pessoal nao parava de olhar pra mim. Vi que todos me fitavam e falavam alguma coisa com a pessoa ao lado. Fui achando estranho e ficando meio sem graca. O desfile comecou a andar com um monte de gente fazendo a festa e logo tive uma surpreza... Um senhor da "Velha Guarda" que organizava o desfile veio falar comigo perguntando se eu nao queria ser destaque na comissao de frente porque minha fantasia era muito boa. Eu mais que depressa disse que nao, pois a minha intencao quando vesti a fantasia foi justamente NAO chamar a atencao.

O desfile foi descendo e todo mundo olhando pra mim. Eu olhava pra o lado e via minha irma pulando e acenando pra todo mundo... e eu ali tentando me esconder com os veus da fantasia e os oculos escuros. O desfile andou e todos na Rua Goias (a rua que o desfile passava) olhavam para mim e comentavam: "Olha que fantasia legal!"...

Chegando la no espaco onde seria realizada a festa de carnaval na cidade fiquei com a minha irma e o pessoal da politica da epoca comecou a falar no micorfone que estava no palco enorme erguido no espaco aberto. Comecaram a falar sobre a premiacao do carnaval daquele ano e sobre as melhores fantasias... De repente anunciam que algumas fantasias iam ganhar trofeu e voces nem imaginam... uma dessas fantasias era a minha. Eu fiquei desesperada!!!... Eu que estava tentando me esconder pra nao ser reconhecida logo seria exposta completamente pra cidade inteira.

Pensei assim: "Eu vou ficar quieta aqui e logo eles esquecem de mim..."... Quem dera! Quando anunciaram e o pessoal ao meu lado viu que eu nao me movia comecaram a me empurrar pra o lado do palco. Eu tentava "travar" as pernas pra nao andar, mas eles praticamente me carregaram ate o palco. Conclusao: Fizeram-me subir no palco, receber trofeu, dizer "Obrigada!" no microfone e como se nao bastasse tudo isso, ainda olhar pra multidao e ver pelo menos umas 100 pessoas que eu conheco me olhando com cara de espantadas pensando: "O que a Beatriz Iolanda esta fazendo ali?".

Caro leitor, ate hoje escuto piadinhas na epoca do carnaval do tipo: "E ai Beatriz Iolanda? Vai ser destaque no carnaval deste ano?"... Virei motivo de piada entre os meus amigos. Hoje eu rio disso, mas na epoca fiquei deveras envergonhada. Muitas pessoas me disseram que eu podia aproveitar o Marketing e pedir emprego na prefeitura pra divulgar o carnaval todos os anos. Se o prefeito me contratasse entao eu teria um "extra" no fim da semana e com certeza na manha do outro dia eu poderia dizer: "Hoje eu estou mais rica que ontem!"

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O importante é ter classe



Essa foi a primeira história que eu quis contar aqui, mas tive que pedir permissão à minha amiga, protagonista do fato, antes de escrever sobre ele...

Quando as filhas pequeninas de minha amiga fizeram aniversário, ela resolveu organizar uma festa para comemorar, isso aconteceu em marco de 2010. Minha amiga, uma das babás dela, a irma e eu, fomos ao Bairro de Campinas para comprar: balinhas, pirulitos, enfeites e afins para a festa. O bairro é bastante movimentado, então resolvemos ir bem cedo para estacionar o carro com facilidade. Detalhe: o carro da minha amiga era novíssimo e lindo!!!... Ela havia retirado-o da loja há apenas três dias, então estava mais do que cuidadosa com o automóvel.

Chegamos e nos separamos por entre as lojas, a minha amiga e sua baba se dirigiram a uma loja de doces e a irmã dela e eu fomos a um atacadista de material escolar porque a irmã precisava comprar algumas caixas de lápis de cor. Na atacadista, o rapaz que nos atendeu passou o preco errado pra irmã da minha amiga e depois quando ela já estava na fila do caixa pra pagar ele tomou o produto das maos dela e não queria deixar ela levar o produto pelo preço que ele havia passsado. Foi muito estressante presenciar aquele fato óbvio de desrespeito ao consumidor. Azar o dele que ela era advogada.

A irmã da minha amiga ficou deveras constrangida e disse que queria levar a caixa pelo preço que eles haviam passado. Briga daqui, briga dali e enfim, depois de ameaças de chamar o PROCON, o gerente da loja cedeu e deixou que ela levasse o produto pelo preço que haviam combinado antes. Quando saimos da loja, encontramos com a minha amiga que ouviu a nossa história e falou: "Eu não acredito que vocês criaram caso por causa de umas caixas de lápis de cor... Vocês tem que ter mais classe!... Eu não teria feito isso, eu sou uma mulher fina...".

Compramos o que faltava e nos dirigimos ao carro pra irmos embora. Quando nos aproximamos, a minha amiga notou que o carro tinha um pedaço de papelao a tapar o parabrisas. Ela já foi se irritando pois sabia que tinha um flanelinha nos esperando e comentou comigo que papelão arranha o parabrisas porque sempre esta sujo de areia e poeira. Quando ela se aproximou, o flanelinha já veio "cobrar o estacionamento" e ela disse que não ia pagar pois ele nem estava la quando ela estacionou. Entramos no carro e minha amiga notou que o flanelinha estava muito próximo. Quando ela fez a manobra pra sair da vaga e entrar na pista ele pegou um pequeno parafuso e arranhou a lateral do carro dela!

Caro leitor...  Você não faz ideia do que se sucedeu após isso... A minha amiga (que se dizia fina e classuda) abriu a porta e saiu do carro, deixando a chave na ignição e metade do carro na pista e metade na vaga de estacionamento e começou a dar sopapos no flanelinha. Ele já a ficar com medo dela, começou a correr (detalhe: ele tinha mais ou menos 1,80 m de altura e ela apenas 1,60 m de altura). E la se foram eles pelas ruas de Campinas, ele correndo pra não apanhar, e ela, completamente enlouquecida, a correr atrás dele na tentativa de alcancá-lo.

A babá da minha amiga e a irmã correram atrás para tentar segurá-la e todas elas deixaram as bolsas dentro do carro com o carro totalmente aberto. Então eu tive que ficar pra trás pra voltar o carro para a vaga e trancá-lo para que ninguém levasse o carro ou as bolsas que estavam no interior do automóvel. Eles correram por mais ou menos uns 200 metros e havia uma viatura da polícia militar. O rapaz na tentativa de não apanhar mais do que já havia apanhado, gritou por socorro e logo veio um policial tentando impedir que ele (o flanelinha) apanhasse ainda mais.

O policial ficou entre a minha amiga e o flanelinha já gritando por ordem. Achas que ela se importou?... A minha amiga (que se dizia fina e classuda) estava completamente possessa e foi batendo no flanelinha com policial na frente e tudo... O policial entao ficou super nervoso e gritou mais forte, aí sim, os sopapos foram cessados. Eles perguntaram o que tinha acontecido e cada um deles deu sua versão... Obviamente o mala do flanelinha dizendo que não sabia do que ela estava a falar, que era um cidadão honrado e estava ali ganhando seu sustento.

O policial então chamou outra viatura pra levar a minha amiga e o flanelinha pra delegacia pra prestar depoimento. Eu tive que dirigir o carro dela e levar o restante das pessoas (a irmã dela e a babá) para prestarem depoimento também.

Chegando na delegacia, todo mundo começou a contar as versões e de repente passou um policial civil e olhou pra o flanelinha e disse: 'Você aqui de novo?!?!...". Nessa hora eu comecei a rir pois o rapaz ja era velho conhecido das autoridades...De repente aconteceu uma coisa que não posso deixar de narrar... O flanelinha começou a olhar fixamente para minha amiga com aspecto ameacador dizendo: "cuidado pra não encontrar comigo na rua"... Então ela virou pra ele e disse: "Reze para não encontrar comigo novamente"... Se o flanelinha soubesse com quem ele estava a falar... saberia que teria sido muito, mas muito mais seguro, ficar calado.

Enfim, caro leitor, podemos tirar dai uma lição preciosa: nem sempre quem diz ser fino e classudo consegue manter a postura diante de certos fatos alheios a vontade. No fim a minha amiga pagou o conserto da porta porque esperar que o flanelinha o fizesse ia ser muita ilusão, pois o cara era um "zé ninguém". O flanelinha perdeu um dia de servico e com certeza ficou com o "filme queimado" na região em que trabalha. E ambos acordaram no outro dia sem poder dizer: "Hoje eu estou mas rico que ontem!".

terça-feira, 19 de abril de 2011

O mestre do raciocinio rapido



Essa historia que vou contar hoje foi o Flavio quem me contou. Ele disse que isso aconteceu com um amigo dele ha uns 5 anos aqui mesmo em Goiania. Na hora que ele me contou achei a historia um pouco fantastica, mas como eu ja presenciei ou fiquei a saber de tanta historia "cabeluda" ao longo da minha vida, cheguei a conclusao que valia a pena contar essa historia aqui no blog. Eu ja tinha ouvido algumas historias parecidas e nas conversas entre o Flavio e eu, ele acabou narrando essa estrategia nem um pouco ortodoxa do amigo dele.

Esse rapaz a quem eu me refiro (amigo do Flavio) era casado com uma mulher ha mais de 10 anos. O filho deles entrou na idade escolar e eles resolveram colocar o pequeno na escola. O referido rapaz ficou com a responsabilidade de ir la fazer a matricula do pequeno e todos os dias leva-lo e busca-lo apos aula. Sempre que buscava o pequeno na escola a professorinha do garoto sempre tinha "um dedo de prosa" com o pai da crianca. Essas conversas evoluiram pra assuntos pessoais e familiares e quando menos ele esperava, acabou-se por se ver "dando em cima" da garota.

Um dia, apos tantas investidas, a mocinha acabou por ceder e combinou um encontro a noite. O referido rapaz, saiu do trabalho, foi a te a sua casa, tomou um banho, pegou o carro e foi-se embora pretendendo fazer coisas que sabia nao serem certas. Chegou ao ponto de encontro: um bar e de la foram para um hotelzinho na Avenida Anhanguera (aquela que divide a cidade de Goiania de Leste a Oeste).

Quando chegou ao hotel, subiu pra o quarto e la ficou durante 2 horas. Bebeu, fumou, fez o que nao devia e, economicamente falando, gastou demasiadamente, a fazer graca para a mocinha. Quando acabaram o procedimento em questao, vestiram-se e pegaram o elevador em direcao a recepcao. Ele fechou a conta e efetuou o pagamento.

Quando ele saiu e caminhou em direcao a carro com a mocinha, mal colocou a chave na porta para abrir, apareceram, nao se sabe de onde: a mulher dele, os dois cunhados, o sogro e mais uns dois amigos do cunhado dele, todos com pedacos de pau ou cabos de vassoura nas maos... Acho que ele na mesma hora pensou: "Fud**!...

Quando eles estavam se aproximando o referido rapaz comecou a "se cag**  todo"! Alem de quebrarem o carro dele todinho, ainda partiram pra cima dele na tentativa de "amaciar-lhe" a carne (detalhe: a mocinha que estava com ele "vazou" e deixou ele la pra "pagar o pato" sozinho). Quando pegaram-no comecaram com uma "pressaozinha psicologica basica" como forma de "preliminares" antes de "descerem o cacete" no individuo.

Caro leitor, ja sei o que voce esta pensando: "a mocinha que estava com ele fugiu e foi chamar a policia"... Errou feio, pois o tio da esposa dele era delegado... Sabe qual a probabilidade da viatura aparecer la pra impedirem o referido rapaz de levar o "corretivo"? Zero.

Nao vendo mais saida e julgando a agressao fisica como certa, ele pensou o que poderia fazer para se livrar desse destino terrivel que o aguardava. Pensou nas inumeras variaveis que estavam a atuar no processo e como num subito surto de raciocinio rapido fez o que ninguem poderia imaginar: simulou um infarto!

Todas as vezes que tento imaginar a cena eu comeco a rir pois o pessoal acreditou na simulacao, entao presume-se que o referido rapaz era um otimo ator. O que houve depois foi a mulher dele e o sogro levando ele para o pronto socorro a fim de salvarem a sua vida diante de um coracao tao fragil. O casamento acabou e ate hoje comenta-se que ele nunca mais estacionou carro em rua pouco movimentavda. Ficou deveras traumatizado.

De uma coisa pode-se ter certeza, o prejuizo com o carro deve ter sido enorme e o referido rapaz deve concordar que a "pulada de cerca" dele acabou por prejudica-lo financeiramente. Conta na oficina, conta no hospital, trauma pra o resto da vida... O raciocino dele pode ser rapido, mas economicamente falando, esperto ele nao era... Com certeza no outro dia ele acordou e chorou por nao poder dizer: "Hoje eu estou mais rico que ontem!".

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um dia de furia



Eu tenho um amigo que tem fama de ser "esquentadinho". Aquele filme do Adam Sandler - Terapia de Choque  (Anger Management) - lembra muito o meu amigo, pois ele guarda as coisas ruins sempre e acaba explodindo nos momentos mais inoportunos. Inclusive eu coloquei o video acima pra que voce, meu caro leitor, possa ter uma pequena ideia do tipo de coisa que acontece na vida dele.

Na cidade de Goiania, quando as vans comecaram a circular (pra quem nao se lembra eu estou falando do periodo em que o transporte publico foi invadido pelas vans particulares que circulavam carregando passageiros nas linhas geralmente ocupadas por onibus - creio que isto aconteceu no ano 2000, embora nao possa afirmar com toda a certeza) o meu amigo fazia faculdade e sempre pegava o transporte no Setor Central em direcao ao Setor Universitario.

No dia em questao ele estava com a sua carteirinha de estudante (que por lei da direito a pagar metade do custo do transporte) e apresentou a cobradora da Vam que ele entrou. Apesar da lei estar do lado dele, a cobradora disse que ele teria que pagar o valor normal da passagem. Ele tentou argumentar e ela foi grosseira com ele dizendo que se ele nao quizesse pegar aquela Van, entao que descesse e pegasse o onibus. Obviamente a cobradora era desonesta. Ele apenas balancou a cabeca e sentou-se.

Enquanto a viagem corria, ele ficou a pensar no que acontecera, a ira foi tomando conta da sua pessoa e o "cara" foi ficando "puto da vida". Comecou a sentir-se lesado (economicamente falando)  e comecou a encarar a cobradora com aquela cara de "prepara-te!... o que e teu ta guardado!". A cobradora, ignorando a personalidade esquentada do referido rapaz, comecou a encara-lo com aquela cara de "pode me olhar com cara feia pois voce ja pagou a interira mesmo", coitada dela... se soubesse a encrenca que ela estava arrumando.

Chegou enfim o momento dele "descer" no seu destino e como ele estava sentado no fundo da Vam, teria que passar pela cobradora. Dirigiu-se a porta do onibus e chegando la virou-se em direcao a cobradora e socou-a com um gancho de direita bem na cara... a mulher caiu para traz meio desnorteada e o pessoal da Van assustou-se em demasia com um fato que estavam ainda por entender. Todo mundo com aquela cara de pasmaceira diante da violencia cometida por um rapaz tao bem apessoado.

Vendo que o pessoal da Vam comecou a levantar de seus referidos bancos, o esquentadinho "escafedeu-se" pela rua a correr e o pessoal da Vam (motorista e passageiros) atraz dele pretendendo dar-lhe um "corretivo". Caro leitor, visualize a cena: o cara correndo pela rua gritando por socorro e pelo menos umas 20 pessoas atras dele querendo lincha-lo. E teriam conseguido, ao menos machucar-lhe bastante, se nao fosse um policial militar que ele encontrou pelo caminho.

Ele escondeu-se atras do policial e usava-o como escudo humano. O policial sem entender nada do que estava acontecendo comecou a botar ordem no ocorrido para que o pessoal nao pegasse o "esquentadinho". Conclusao: todo mundo na delegacia, uma ocorrencia para o rapaz e muita gente chegando atrasada aos seus compromissos.

Meu caro leitor, economicamente falando, o rapaz nao saiu lucrando. Na verdade, por causa de pouco mais de R$1,00 ele teve que desembolsar muito mais. O que posso dizer e que com certeza ele nunca mais vai socar cobradoras de Van e a cobradora com certeza agora nao ficara "dando uma de esperta" na hora de pegar o dinheiro dos passageiros. Sinceramente, no outro dia, nem o esquentadinho e nem a cobradora poderiam acordar e dizer: "Hoje eu estou mais rico que ontem!"

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A arte de "flanelar"



Ontem fui a Opera Madame Butterfly. Na hora de me dirigir ao Teatro Rio Vermelho, ja me veio a memoria outros eventos neste mesmo local aos quais eu participei e lembrei-me na mesma hora de pegar um taxi ao inves de ir no meu carro pois estacionamento realmente nao e uma coisa facil de se encontrar por la. Lembrei das varias outras ocasioes em que tambem passei "apertada"com os tais flanelinhas (designacao brasileira para as pessoas que se oferecem para "vigiar" o seu automovel enquanto ele estiver estacionado num lugar especifico) e isso me lembrou uma historia...

Quando eu estava na Faculdade de Economia eu costumava ir pra PUC de carro. Eu estudava de manha e vez ou outra "pegava" alguma aula a noite. Eu sempre estacionava o carro em frente ao predio de uma amiga minha que morava perto da facul porque la havia uma arvore e eu detestava entrar no carro quando este estivesse quente por ter tomado sol durante muito tempo. Nao me importava de caminhar um pouco mais (2 quarteiroes) e saber que ao voltar, la pela hora do almoco, o carro estaria "fresco".

Um dia eu cheguei mais tarde e tive que estacionar em outro lugar. Procurei uma vaga e quando me preparava pra manobrar o carro surgiu um flanelinha sabe-se la de onde ja me olhando com aquela cara de "acaba de estacionar logo que quero te dar o golpe". Ja me senti meio constrangida de saber que seria coagida (porque isso com certeza e coacao) a pagar pra estacionar em um bem indivisivel do poder publico: a rua.

Sai do carro e ele ja veio me perguntar se ia ficar muito tempo. Quando comecou a falar, reparei que ele estava com uma prancheta na mao anotando alguma coisa. primeiro ele olhou no relogio e anotou o horario, depois olhou a placa do meu carro e depois perguntou o meu nome. Eu fiquei completamente boquiaberta pois o rapazinho falava comigo como se eu estivesse contratando o servico dele, e falando de uma forma super profissional. Pra me livrar logo dele (eu estava quase me atrasando para a aula) deu meu aval ao trabalho que ele iria desenvolver e fui-me embora.

Na hora do almoco (la pelas 12 h) eu voltei e o cara estava de: chapeu, oculos escuros, prancheta, caneta, uma garrafa d`agua na mao, celular (obviamente um bem vagabundo, pois na epoca os aparelhos era muito caros) e um colete escrito: SEGURANCA. Quase morri de rir. Ele veio a mim e disse que agora tudo ali era organizado pois estavam a fazer reunioes (os flanelinhas) e pensavam em montar uma assossiacao. "Pirei"... Ele perguntou que carro era o meu e eu apontei. Ele tinha colocado um papelao em cima para-brisa para proteger do sol e falou que eu tinha ficado tantas horas e tal... e que eu poderia sempre usar o servico dele que agora as coisas eram organizadas ali.

De repente ele me perguntou que curso eu fazia. eu disse: Economia. Entao ele me olhou com a cara de admiracao e disse: "Sera que da pra voce olhar essa planilha pra mim?"... Eu peguei a prancheta e me surpreendi... Na verdade, alem do controle de quem entrava e saia, fluxo de dinheiro etc... ele estava tambem fazendo a estatistica do servico pra poder ver se estavam tendo resultados. Eu realmente nunca tinha visto alguem tao empreendedor vigiando carro.

Ele foi me explicando que sempre frequentava as palestras gratuitas que ficava a saber que ocorriam na faculdade e que ate era amigo de um professor de economia que tinha dado umas dicas pra ele sobre como melhorar o negocio dele. Entao ele me pediu uma opiniao sincera sobre a planilha. A primeira vista estava bem elabora, mas eu disse que poderiam serem feitas algumas modificacoes e adcionar algumas entradas para novos dados... Comecei a me empolgar com a conversa e quando me vi estava ate sugerindo pesquisa de campo com clientes.

Bom, meu caro leitor, o climax da conversa ainda esta por vir, pois ate eu achei que o cara nao poderia me surpreender mais do que eu ja estava surpreendida... entao ele fez uma coisa que eu nem imaginava que ele pudesse fazer. Ele enfiou a mao numa mochilinha velha que ele carregava e tirou um disquete (naquela epoca era o maximo da tecnologia). Olhei assustada e perguntei o que era e ele me disse que sempre usava os computadores da facul e que a planilha poderia ser mudada facilmente pois havia uma copia no disquete.

Visualizem o procedimento do cara: ele fazia a estatistica na prancheta, pois naquela epoca nem sonhava ter um notebook e depois, com o disquete que ele carregava, ele alterava os dados dela nos computadores da faculdade.

Ele confiou o disquete a mim (depois que eu dei o meu cartao pra ele, obviamente. Mas cartao de estagiaria pois na epoca eu ainda nao podia trabalhar como economista, eu ainda estva fazendo a faculdade.). Cheguei na minha casa e corri pra abrir o disquete: me surpreendi pois havia planilha com formulas no excel, ou seja, os dados inseridos eram instantaneamente calculados e relatorio de aproveitamente e avanco no word... Realmente o rapaz era bom de negocio. 

Concluindo, na semana seguinte eu levei o disquete pra ele com as arrumacoes que eu tinha sugerido. Ele nunca mais me cobrou pra estacionar e ainda guardava a melhor vaga (embaixo de uma arvore) pra mim. Sempre que falo de empreendedorismo eu lembro desse rapaz... ha anos nao o vejo mais, mas com certeza todos os dias ele acorda e pensa: "Hoje eu estou mais rico que ontem!".

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A sauna do meu predio



Quando eu me mudei pra o predio que estou hoje era comum nao poder usar a piscina ou sauna se voce nao morasse no predio. Pra dizer a verdade isso e lei ate hoje. Se voce nao e parente direto (pai, mae, irmao, irma, filho ou filha) podes "tirar o cavalo da chuva" que nao toma banho na piscina mesmo - nem usa a sauna. O sindico era muito rigido e pra ele a lei tem que ser seguida a risca. Eu sempre comentava que morava num lugar que tinha piscina e sauna porem nao usava nunca porque nao tinha tempo e nem paciencia, mas que meus parentes diretos poderiam usufruir sem problemas, porem minhas irmas nao sairiam do predio delas (que tambem tem sauna e piscina) para ir usar a do meu. Seria como trocar "seis por meia duzia".

Um dia falando com um primo eu comentei a respeito da sauna e ele perguntou se no final de semana dava pra ele tomar um banho de piscina e pegar uma sauna. Eu disse que sim e falei pra ele ir pra o meu apto, trocar de roupa (colocar o calcao e toalha) e descer pra o respectivo local dos servicos ja dizendo ao porteiro que era parente do apto numero tal... Ele foi ao predio, fez todo o procedimento e desceu para tomar o seu banho de sauna. O porteiro perguntou de que apartamento ele era e ele disse que era o meu. O porteiro rapidamente ligou o aquecedor e disse que ele tinha que esperar 10 minutos para ficar "no ponto" de usar.

Aconteceu entao algo que ele nao esperava. O porteiro na conversa descontraida que eles estavam a ter, perguntou qual o parentesco que ele tinha comigo. Ele ja sabia que so poderia ser parente direto entao na hora do aperto ele nem lembrou de dizer que era, por exemplo, irmao. De todas as respostas erradas que ele poderia ter dado ele escolheu a que renderia mais explicacoes e confusao: "Eu sou o marido dela". O porteiro, ate entao, nao nos conhecia, pois havia pouco tempo que eu morava ali (cerca de 2 semanas) e ele apenas balancou a cabeca e continuou o servico.

Uns dois meses depois convidei um namorado meu (agora amigo) pra usar a piscina no fim de semana la em casa, ia fazer um churrasquinho a beira da piscina e resolvi chamar uns amigos pra acompanhar. Preparei a carne, gelei as bebidas e preparei os aperitivos. Quando ele chegou pegamos a "tranqueira" toda e descemos para o patio para esperar o pessoal que faltava. Estavamos felizes com o som ligado, sol a toda e muita animacao. A festa durou ate la pelas 18 horas quando todos resolveram ir cada um para suas respectivas casas tomar um banho e descansar antes da saida da noite de sabado.

Quando o meu namorado estava se preparando para ir embora ele perguntou se ainda tinha como usar a sauna e eu disse que sim. Fomos a portaria e pedi ao porteiro que ligasse a sauna para ele. O porteiro quando viu o pedido, me perguntou se o rapaz era meu parente. Como o porteiro ja tinha visto o rapaz me beijar naquela tarde, nao dava pra dizer que era meu irmao, entao eu disse: "Ele e meu marido". O porteiro ligou a sauna e continuou o seu servico.

Passaram-se uns dois dias e eu, que costumava sempre sair pela garagem de carro, resolvi dar uma caminhada. Passei pela portaria e o porteiro estava la (pra quem se lembra esse e o mesmo porteiro que hoje me pede dicas sobre investimento que eu mencionei num dos meus primeiros posts nesse blog). Ele me chamou e meio sem jeito me disse: "Dona Beatriz, me perdoe eu perguntar, sei que nao e da minha conta, mas como eu sou o porteiro, eu tenho que saber pra depois eu ver quem pode e quem nao pode entrar... nao leva a mal, mas...  quantos maridos a senhora tem?".

Quando ele disse isso eu comecei a rir e perguntei o porque daquela pergunta (ate aquele dia eu nao sabia que o meu primo tambem tinha se identificado como meu marido). Ele me contou a historia toda e eu contei a verdade pra ele dizendo que eles queriam usar a sauna e por isso tinham se identificado assim. E prometi que isso nunca mais irira acontecer... que agora so meus irmaos (eu so tenho irmas) iam usar a sauna.

Bom, liguei pra o meu primo contando o feito e ele e eu fizemos as contas: em uma sauna publica, alguem paga cerca de R$40,00 pela entrada, mais comes e bebes em torno de R$15,00, ou seja: R$ 55.00 de desembolso. A sauna do meu predio saia de graca para ele (que e quase tao pao duro quanto eu). Com certeza, a partir daquele dia ele tomaria novo papel em minha vida: o do irmao que nunca tive (pelo menos na hora de usar a sauna ou piscina do meu predio)... e com certeza no dia seguinte a este uso ele poderia acordar e dizer: "Hoje eu estou mais rico que ontem!".

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os horrores de sabado a noite



Sabado a noite e o melhor dia da semana! Pena que o meu foi terrivel devido a uma viagem que fiz na quarta-feira e que ainda estava rendendo na noite de sabado (como diz a minha prima: "Esta vendo o que da comer alimentos estragados?"). A minha sorte foi que o Flavio ficou aqui comigo, cuidando de mim enquanto eu apresentava um espetaculo escabroso de febre e cia!... Eu tenho muita sorte mesmo, pois o sabado pra mim foi na companhia de gente que adoro (apesar da situacao nao ter sido favoravel a minha saude) mas muitas pessoas do meu convivio nao tiveram o sabado da maneira que gostariam, afinal, sao tantas historias de horror...

Acordei no domingo e fui como de costume dar uma passeadinha na feira pra comprar umas verduras organicas. No caminho fui a casa de uma amiga com quem sempre troco ideias e ela e eu comecamos a falar sobre encontros e desencontros amorosos. Ela narrando sua triste historia da noite anterior e eu escutando cada vez mais horrorizada as coisas que o individuo fez com ela. Mal acaba de me narrar os fatos, outra amiga me liga do Mato Grosso pra dizer sobre a paixao dela de Sao Paulo que nunca atendia o telefone durante o fim de semana (vivem uma "paixao escondida", pois sao duas mulheres) e que tinha passado o sabado inteiro a chorar. Parecia que tudo naquele fim de semana estava desfavorel as mulheres que me cercavam...

De repente o meu celular toca. Eu ja com o prato do almoco em minha frente pra comecar a comer e eis que vejo no identificador de chamadas um numero conhecido. Como ja conheco as tantas que essa minha amiga apronta ja fui falar com ela preparada pra saber dos horrores do sabado a  noite! Quando atendi o telefone ela ja me disse: "tenho novidades pra ti, estou tao feliz!, Passei uma noite de rainha!"... Ja imaginei na hora a narrativa, antes mesmo dela falar. Essa ultima amiga era uma pessoa muito simples, ganha a vida lavando e passando roupa, ela tinha passado a noite anterior com o ex (agora com outra mulher) e a atual dele trabalha como merendeira num colegio estadual. (Isso dava um filme do Fellini ou um conto do Nelson Rodrigues... rs...).

Ela ja foi falando: "Combinei de encontrar com ele na rodoviaria (em outra cidadezinha proxima). Quando chegou ja foi logo me dizendo que tinha um lugarzinho especial para nos. Fiquei impressionada pois nunca achei que ele pudesse gastar metade do salario dele nessa noite comigo (quem ve ela dizer isso ate pensa ser uma fortuna...). Ele pediu o quarto que ficou por R$50,00, mais o jantar que ficou por R$40,00 pra nos dois, mais as coisas que comi do frigobar que ficaram em mais ou menos 60,00 (cerveja, refris e chocolates) e mais o cafe da manha do domingo que foi em outro local melhor." O mais engracado e que enquanto ela falava eu fui fazendo as contas e chegando a uma conclusao que talvez parecesse um pouco dura: foi enganada!

"Bati a real" pra ela dizendo: "Amiga, voce acha que esta no lucro, porem por mais que ele ainda gaste uns R$10.000,00 contigo, ainda estaria a dever-lhe pois o prejuizo que ele vem lhe dando nao tem jantarzinho que pague. Ate agora ele ja morou as suas custas durante mais de 4 anos , ainda andava na moto Honda CG que o seu ex marido lhe deixou de heranca (infelizmente nao sei quanto esta a valer uma moto destas, mas creio eu que nao passe de R1.500,00), comeu, bebeu, tomou banho... tudo na sua casa e nunca te deu um centavo pra ajudar... E  ainda esta doidinho pra amontoar na tua casa novamente pois sabe que em breve estaras a ganhar mais."

Quando disse isso, quem me surpreendeu foi ela (e que surpreza!). Ela me disse: "E quem disse que eu quero botar ele na minha casa?" ... Ate ai lembrei da minha outra amiga que levou o cara pra o motel planejando se vingar dele, amarrou o pobre coitado na cama pelado (coitado nada!) vestiu a roupa e foi-se embora (ate hoje ela ri disso e eu muito mais). Voltando a minha amiga ela continuou: "Na verdade eu to planejando ter mais noites assim de agora em diante e fazer ele gastar ate o ultimo centavo!". Perguntei o que ela pretendia e ela me disse algo que me comoveu (economicamente falando): "Estou pegando de volta o meu dinheiro, afinal nao posso perder meu investimento...".

Enfim, o que sucedeu-se depois foram as ligacoes dela me contando (e ainda rindo) que so nao comeu mais porque estava de dieta, se nao teria comido  tudo que estava "na frente" para dar prejuizo no frigobar do hotel. Que havia chegado em sua casa no domingo quase na hora do almoco, mas que ainda tinha dado um tempo de fazer a sagrada refeicao e agradar um dos seus filhotes que ainda estava a morar na mesma casa que ela. Que na hora de pagar a passagem no coletivo ainda pediu-o que pagasse a dela pois nao tinha trocados (Saindo-se uma esperta de primeira... Nascia um monstro!... rs...)

Bom, meu caro leitor, como podes bem ver, o final de semana dela tinha sido o melhor (do ponto de vista economico) dentre todos os relatos que eu escutara no domingo pela manha . As minhas outra amigas, apesar de irem em locais melhores e com pessoas mais refinadas, nao puderam usufruir de nenhum beneficio adcional e nem "pegar de volta" algum investimento ja considerado perdido. Cheguei entao a conclusao de que com certeza, sem sombra de duvida, no mais amplo sentido economico que  a expressao poderia ser usada, minha amiga iria acordar no outro dia e dizer muito hilariamente: "Hoje eu estou mais rica que ontem".

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mais uma perola...




Tenho um amigo (interessante como nunca falo o nome deles aqui - mas tambem com cada uma que eles fazem...) que adorava usar vocabulario dificil, principalmente se ele nao soubesse "nadica de nada" do que estava a falar. Seu gosto "refinado" pelas palavras desconhecidas, acabavam por faze-lo, muitas vezes, de idiota na frente de terceiros. Quero deixar bem claro que so estou a contar esta historia aqui porque tenho completa certeza de que ele nunca vai acessar este blog pois ele odeia internet devido ao fato de que em uma das suas varias teorias de conspiracao - que so ele acredita - uma delas se baseia na crenca de que a internet causa retardo mental.

Eis que um dia estavamos a conversar ele e eu. Ele me dizia sobre a uma amiga minha que ele estava interessado e me pediu informacoes sobre ela. Valorizava a beleza fisica da mulher e dizia que adorava o quanto ela falava bem e tinha um certo "ar" de elegancia. Pediu-me encarecidamente para arrumar um encontro casual para que ele pudesse impressiona-la (segundo ele) com o seu "porte de masculinidade" (o que eu acreditava ser bem pouco provavel).

Enfim, um dia eu estava num cafe na cidade de Goiania com a referida moca e liguei para ele dizendo que se ele passasse por la teria a oportunidade de ve-la e se apresentar. Ele mais que depressa chegou e sentou-se a nossa mesa. Pediu um capuccino e comecou a se "exibir intelectualmente" (como se isso fosse possivel) para a referida moca. primeiro elogiou-a e depois elogiava a si mesmo com um certo ar de "estou podendo".

Ela (minha amiga) comecou com um assunto sobre a democracia no Brasil e deste para o mundo... Quando ele pediu a palavra ja pensei: "La vem mais uma perola!...". Ele concordou com ela em tudo o que ela disse (ate ai tudo bem) e acrescentou: "Realmente isso que voce falou tem tudo de bom. Eu, inclusive, faco parte de um movimento demagogico a respeito desse tema. Tenho um livro la em casa que eu estou lendo justamente sobre isso. Nao me lembro o nome agora (rs... como se eu ja nao imaginasse que fosse conversa fiada dele) mas ele e realmente muito bom, estou adorando! Se voce gosta de hipocrisia vai gostar de ler ele, eu posso te emprestar se quiser".

Lembrei de um rapaz que eu conheci ha varios anos e que falando comigo me disse que estava lendo um livro muito interessante. Na epoca ele cursava Direito na PUC e me disse (muito infelizmente para ele) que estava lendo este livro maravilhoso do Jo Soares: O Xango de Baker Street. Ele elogiava o livro ferozmente e disse-me que a historia era muito interessante, que falava sobre o roubo de um violino, segundo ele um "Instrandinval"... Mais que prontamente eu retruquei: "Nao seria um Stradivarius?"

Bom, voltando ao meu outro amigo do inicio da historia, ele comecou a falar aquele monte de bobagens e eu, muito provavelmente "dando na cara" que estava a me segurar pra nao rir, resolvi tomar a palavra antes que ele falasse mais e perdesse a oportunidade de impressionar a moca, ou pelo menos nao deixa-la horrizada com tanta besteira saindo de uma boca so. Na hora lembrei de outro alguem (um homem que nao vou citar o nome aqui para assegurar a protecao das pessoas envolvidas) que me disse certa vez que estava a conversar com a namorada (agora ex) e ela comentou que estava lendo um livro que tinha mudado a vida dela. Quando ele perguntou a ela o nome do livro ela respondeu: Marley e Eu (ate hoje ele e eu rimos disso - perola classica).

Enfim, voltando novamente ao meu amigo do inicio da historia, ele, na tentativa de tentar "salvar"o que muito provavelmente nao poderia ser salvo, ofereceu-se para pagar a nossa conta no cafe e levar a moca em casa (o que ela aceitou na hora devido ao fato de nao estar de carro no momento). Soube por ela mais tarde que ele ainda dissertou sobre varios assuntos que deveras desconhecia durante o trajeto e ainda chamou-a para jantar com ele naquele sabado frio. Ela aceitou.

Bom, meu caro leitor, essa historia aconteceu ha mais de um ano e ate hoje depois deste jantar ela nao quer nem mais ouvir falar no nome do referido rapaz (creio eu que a experiencia foi traumatica), mas de uma coisa pode-se ter certeza: conta paga no cafe, carona pra casa e mais jantar num restaurante bom... Com certeza no outro dia ela acordou e pensou: "Hoje estou mais rica que ontem!".

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Minha mae tinha um carro...



Boa tarde a todos. Algumas pessoas me perguntaram porque eu nao postei nada ontem. Eu fui a Brasilia resolver uns assuntos urgentes e quando voltei estava com uma febre terrivel, tomei uns dez banhos frios e remedio em demasia pra abaixar o estado febril, entao nao deu pra me dedicar a escrever nada ontem. Aos meus leitores queridos as minha mais humildes desculpas.

Hoje vou contar uma historia que aconteceu ha muitos anos com a minha mae, Dona Cidinha, na cidade de Inhumas (cidade do interior de Goias). Ela acordou de manha e como de costume foi resolver assuntos de todos os dias como ir ao banco e supermercado. Ela resolveu algumas coisas e foi enfim a Praca no centro da cidade pois ia ao banco pegar um talao de cheques. Estacionou o carro, foi ao banco e em poucos minutos voltou ao carro para resolver o retante de suas tarefas do dia.

Quando saiu do banco, foi em direcao ao local onde havia estacionado o carro. Abriu o referido e notou que o banco do carro estava desarrumado e ajeitou-o para ficar mais confortavel, ajeitou tambem o retrovisor que estava desajustado e ainda pensou: "O Ataidinho (meu pai) deve ter andado no carro ontem e mexido aqui". Enfim, colocou a chave na ignicao e saiu para ir a uma clinica marcar um exame medico que estava para fazer.

Marcou o exame e foi resolver mais coisas que estavam pendentes ainda como supermercado e farmacia. No caminho dessas resolucoes que faltavam ela teria que passar pela praca central novamente. Ao passar pela praca ela notou que varias pessoas faziam sinal para ela parar, como se estivesse acontecendo algo muito importante e que ela deveria parar o carro na mesma hora. Quando ela parou, um homem achegou-se a janela, apontou o dedo para o estacionamento da praca e disse: "Senhora, o seu carro e aquele ali! Esse que a senhora esta andando e o meu!".

Minha mae, meio sem entender o que estava acontecendo ficou meio acanhada e o homem continuou explicando que, quando ela estacionou o carro dela, ele tinha estacionado ao lado e os dois carros eram da mesma marca e mesmo modelo, so que o carro dele estava com a ignicao estragada e por isso quando a minha mae colocou a chave e girou, o carro ligou normalmente. Como o carro dele estava estacionado mais proximo ao banco que ela tinha ido e como ela colocou a chave e o carro estava liberado ela nem se deu conta de  que aquele carro nao era o dela.

Nisso minha mae comecou a ligar os detalhes e percebeu que quando entrara no carro, realmente o banco estava desarrumado e percebeu realmente que havia pegado o carro errado. Ela desceu do carro do senhor em questao e nao se sabe (dizendo ela) como consegiu abrir a porta do carro pra descer e chegar andando ate o carro dela com todos na praca olhando para ela e ela morrendo de vergonha.

Bom, meu caro leitor, minha mae passou realmente muito constrangimento naquele dia e ate hoje muita gente ainda ri com essa historia. Porem, um fato e realmente inegavel e indubitavelmente certo. Com todo o tempo que ela ficou a andar com o carro do referido senhor, gastando a gasolina dele, sendo assim, economizando a gasolina do carro dela, com certeza no outro dia ela poderia ter acordado e dito: "Hoje eu estou mais rica que ontem!".

terça-feira, 5 de abril de 2011

Alternativa mais "em conta"



Hoje falarei sobre a consultoria inusitada que prestei a uma pessoa (manterei o nome em sigilo para resguardar os envolvidos). Creio que esta seria uma das consultorias mais engracadas que ja prestei. Lembrando sempre que um economista deve enxergar alem do obvio, percebi que tudo o que o cliente disser deve ser encarado com seriedade por mais estranho ou absurdo que possa parecer.

Uma pessoa do meu convivio sempre reclamava de que o dinheiro que recebia no fim do mes nunca dava pra nada. Como ele sempre vive a destacar para todas as pessoas a minha inigualavel percepcao economica, resolvi dar essa consultoria de graca para ele. Marcamos de nos encontrar e ele me passar toda a sua vida economica para uma analise fria e objetiva.

Comecamos com os gastos basicos (ate ai tudo bem) e enfim passamos  aos suplerfluos. Ele comecou o relato dizendo: "Bom... eu frequento o puteiro ***** (nao colocarei o nome aqui pra nao fazer propaganda), entao eu gasto cerca de R$150,00 da entrada, mais uns R$300,00 com a bebida e se rolar eu ainda levo uma das... digamos... `mocas que prestam servicos`... por R$200,00 a R$400,00 (geralmente o preco e a combinar), mais o pagamento do local onde seria efetuada a prestacao de servico que fica em torno de R$70,00...".

Eu segurei pra nao rir... Lembrei-me que um economista e como um medico que voce conta todos os seus segredos e que eles devem ser encarados com muita seriedade. Comecei a indaga-lo sobre essa "tradicao" que ele religiosamente seguia duas vezes por semana e ele disse que realmente ja havia virado um habito e por isso seria dificil ser extirpado de sua existencia.

Confesso que fiquei sem saber o que dizer na hora. Realmente o caso do dinheiro dele nunca ser o suficiente se devia justamente ao habito adquirido ao longo dos anos. Como economista era minha obrigacao pensar em uma alternativa que pudesse deixar o cliente tao satisfeito como antes e poupar-lhe o maior montante de dinheiro possivel.

Analisei de forma fria e pratica a situacao dele e pude propor uma alternativa que inicialmente poderia parecer estranha, mas revelou-se muitissimo satisfatoria para ele. Eu disse: "Por que voce nao arruma uma namorada?"... ele me olhou com aquela cara de interesse e perguntou: "Como assim?".

Eu fui direta desta vez: "Vou dar-lhe uma opiniao de economista. Ja que nao ficas sem mulher entao arrume uma namorada. Faca as contas: dependendo da mulher, voce paga a entrada do cinema em torno de R$30,00, depois a pipoca em torno de R$12,00; na saida ainda `rola` um x-salada (sanduiche) e um refrigerante em torno de R$25,00 e depois voce ainda leva pra sua casa e o local sai de graca...".

Ha!... Quase me esquecendo... ainda ressaltei: "Voce ainda tem grandes chances de ter exclusividade! Claro que nao sao em todos os casos, mas isso provavelmente nao era coisa que ocorria na primeira alternativa".

Fizemos as contas e eu pude provar para ele por "A+B" que eu estava certa! No primeiro procedimento de negociacao o desembolso dele seria de, no minimo, R$720,00 e no procedimento proposto por mim o desembolso dele seria de R$67,00. Realmente muitissimo mais em conta!

A partir daquele dia, ele resolveu aderir mais do que nunca as minhas dicas de economia e passar a ter uma vida menos esbanjadora, mas nao menos prazerosa. Com certeza ele pretendia acordar no dia seguinte e dizer: "hoje eu estou mais rico que ontem!..."

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A escolha de Joana Maria



A historia que tenho pra contar hoje seria comica se nao fosse tragica... Tenho uma amiga que vamos chamar de Joana Maria (nome ficticio para resguardar as pessoas envolvidas na trama) que estava numa "mare de azar" que realmente estava de dar pena. Tudo ja aconteceu com ela: perdeu o emprego, o pai morreu, estava praticamente a ser despejada do barraco onde morava, nao tinha mais dinheiro pra pagar a faculdade e ainda estava devendo pra todo mundo. A vida dela virou de pernas para o ar de uns 6 meses pra ca. Ja teve indicacoes de amigos pra empregos diversos, mas ela nunca parava em nenhum (eles sempre mandavam-na embora) e como diz ela mesma ja nao tinha nem dinheiro pra comer...

Mas como na vida existem os famosos "milagres", eis que sucedeu-se um... De um mes pra ca ela envolveu-se com um homem mais velho e cheio da grana que nesse meio tempo presenteou-a com muita coisa... pagou a facul que estava atrasada, mudou ela do barraco pra um lugar melhor, comprou um monte de roupas para ela, leva ela pra jantar todo dia... enfim... Parece que a vida dela mudou da agua para o vinho... E ainda tem um Bonus!: o homem e lindo demais!!!... (eu pegava na hora!... rs...)

Sabado passado ela estava na casa dele (ele mora sozinho em um apartamento de dar inveja na cidade de Goiania) e ja passavam das 8 da noite quando ele disse que ela ficasse ali assistindo televisao que ele iria tomar um banho pois o calor "no Goias" estava de fritar ovos no asfalto. Ela se aconchegou no sofa e ficou olhando aquele lugar maravilhoso e cheio de frescura ao qual ela poderia num futuro proximo usufruir tambem (ja sonhava com o "casorio").

Eis que ao lado dela ouve-se um "bip" conhecido: era o celular do rerferido "namorado" que estava a tocar. Ela olhou em volta e parecia que ele iria demorar um pouco no banho, entao resolveu dar uma olhadinha pois so uma olhadinha nao faria mal. Quando ela abriu a mensagem, congelou-se de choque. Eis que na mensagem estava escrito: "Estou so de calcinha te esperando...".

Ela ficou apavorada, comecou a pensar o quanto o cara era canalha e como ele podia fazer aquilo: estar com ela e traindo-a. O seu sangue frio gritava para espera-lo sair do banho e tomar satisfacoes e sentou no sofa com o celular na mao para aguarda a tao esperada saida do cretino.

Na espera pelo "sem vergonha" ela comecou a lembrar da vida dificil que ela tinha antes dele. comecou a lembrar dos dias de fome e das andancas de transporte publico (epoca esta que ela nao tinha o carrao dele pra andar), comecou a lembrar da faculdade e de quanto ficava caro o pagamento do ensino superior. Sim... ela chegou a conclusao que muita gente chega em algum momento de sua vida: "Eu sou uma pobretona".

Pensando sob essa perspectiva ela comecou a "rever" os seus conceitos e verificar o outro lado da circunstancia... pensou: "Se eu brigar com ele e ele ficar irritado e terminar comigo, entao eu vou perder essa boa vida de faculdade em dia, aluguel em lugar bacana, comidinha boa todos os dias... Oh meu Deus o que eu faco?"

Bom, se voce, meu caro leitor, e uma pessoa pratica, bem sabeis o final dessa historia... Ela apagou a mensagem e quando ele saiu do banho ela olhou para ele e abriu o mais maravilhoso dos sorrisos dizendo assim: "A... meu querido! Como voce e bom para mim... eu te amo tanto!...". Com certeza essa moca estava pretendendo acordar no outro dia e ter a certeza de poder dizer: "Hoje eu estou mais rica que ontem!"...